• Boletim
  • Posts
  • Tipografia Vernacular, Padoca e Literatura Russa

Tipografia Vernacular, Padoca e Literatura Russa

Fique sabendo das últimas besteirinhas

GiFavetta
fique sabendo das ultimas

Olha se não é o Boletim chegando pra colorir sua caixa de entrada 

O Boletim tá de volta!

Eu tive todos alguns problemas com meu último servidor de emails e precisei caçar outra opção, então ainda estamos no período de testes, se tiverem problemas pra ler esse e-mail por favor me avisem.

Também aproveitei a mudança pra testar um novo formato, como ando escrevendo bastante vou incluir um texto do blog por aqui, mas se quiserem só ler as dicas podem pular direto pro final ❤️ 

rolando por aqui

A Dança

Padoca da Livia

Fiz uma identidade visual muito legal pra Padoca da Livia, uma confeitaria focada em cookies, onde a ideia é brincar com visualidade do cookie com ilustrações divertidas e irreverentes🍪 

groselhas

O texto da semana é sobre tipografia vernacular e o design nosso de cada dia, mas se preferir leia direto no blog

capa blog

Recentemente o mercado próximo da minha casa, um desses grandes mercados de rede, começou uma reforma de fachada. Por baixo das camadas de tinta foi possível ver um belíssimo letreiro escrito à mão com o nome do mercado, provavelmente feito por alguém da região. Dias depois o letreiro foi novamente coberto dando espaço à uma nova placa da rede recém saída da gráfica.

A nova placa e a identidade do mercado como um todo não deixavam nada a desejar nos quesitos de design. Tinham pregnância, eram facilmente reconhecidas em qualquer material da marca e respeitavam todas as regras aprendidas nos cursos de design, provavelmente contando com um manual de aplicação em algum lugar.

letreiro krill

Infelizmente não consegui tirar uma foto do letreiro vernacular durante a reforma:(

Mas por algum motivo, eu ainda assim não gostava dela.

Foi então que me vi em um grande paradoxo como designer, fui ensinada a seguir e respeitar todas as regras propostas pelo design (ou ao menos a maioria) mas me dei conta como isso está aos poucos apagando a história vernacular e única das cidades.

Olhando ao redor onde moro vejo em lojas de roupas, restaurantes, bares com cada vez mais letreiros modernos, banners impressos com logos que combinam provavelmente com um cartão de visita bem elaborado e que constroem uma marca facilmente reconhecível pelo consumidor.

Teoricamente isso deveria ser bom, já que significa que mais pessoas estão tendo acesso a serviços de design, mas o que há de único  nisso? O que todos esses logos bem elaborados dizem sobre a história daquele lugar e sobre as pessoas que estão ali? O mesmo visual de loja de roupas que tenho aqui poderia ser encontrado em qualquer lugar, não existe história naquilo e isso me faz questionar muito o nosso papel como designer.

Gosto muito do perfil do Instagram @handpaintedbrazil uma página dedicada a repostar e compartilhar muros tradicionalmente desenhados Brasil a fora. Muitos deles são, é verdade, simples e muitos hilários, mas existe ali uma peculiaridade que me fascina. Aqueles muros foram pintados por pessoas da região, muitos comentários são exaltando que aquela foto é da sua cidade, por mais simplórios ou engraçados que sejam eles falam sobre as pessoas que ali residem, sobre sua criatividade e suas referências.

Sinceramente eu não tenho uma resposta pronta para terminar esse post, talvez pesquisem mais sobre a região que você habita para fazer um bom design? Ou valorize a arte popular de cada local? Realmente não tenho.

Porém eu acho que uma boa  referência é a campanha que a Coca-cola lançou recentemente exaltando a tipografia vernacular. O vídeo mostra dezenas de letreiros manuais que reproduzem o tradicional logo da Coca-cola, cada um do seu jeito e no final lança latinhas comemorativas próprias com os letreiros de cada região.

campanha coca cola

Por mais avessa ao marketing que eu seja achei a proposta genial. Por melhor ou mais bem aplicado que seja o design de algo, aquilo só se torna realidade quando é apropriado pelas pessoas ao seu redor, quando aquilo ganha um significado particular para elas e isso é algo que nenhuma escola pode ensinar e só se constrói com tempo.

o que ando
ouvindo
menina cogumelo

Músicas Para Dias Chuvosos

Eu amo fazer playlists! Por isso há algum tempo comecei o projeto da Ilustre Playlist onde crio uma lista no spotify baseada em algum mood e faço uma ilustra de capa pra ela.
Enquanto eu não penso em novas playlists curtam a primeira que criei Músicas Para Colher Cogumelos foi, ela é bem tranquilinha cheia músicas indies pra ouvir caçando cogumelos na floresta ou em casa tomando chá.
lendo
ivan ilitch
A Morte de Ivan Ilitch
Resolvi tirar o atraso lendo esse clássico e não me arrependi. Eu tenho o costume de ler livros mais antigos por audiolivro e esse acho que foi uma ótima pedida, até pela sua duração mais concisa. Não deixo o link aqui, pois li através de meios não muito lícitos, mas o youtube é nosso melhor amigo.
A história começa pela morte do protagonista e pela reação de seus familiares e amigos. Ela então volta no tempo e nos conta a vida de Ivan, um filho de uma família abastada que sempre buscou agradar a sociedade, casando com uma esposa ideal, crescendo em uma carreira próspera e acumulando riquezas. Mas que ao se deparar com uma doença incurável e uma morte prematura começa a se questionar do que valeu toda sua trajetória até ali, nos trazendo essas reflexões do que vale a vida no final de tudo.
 
inspirando
evan
Evan M. Cohen
Ilustrador e quadrinista estadunidense, Evan possuí um estilo muito pessoal de ilustração multicolorida e chapada, mas o que me atrai no trabalho dele é o ar etéreo e transcendental presente em suas tirinhas curtas que contam histórias profundas sem necessariamente precisar de palavras.