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Cidade dos Cânions e Música Digital

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Chegamos em Maio!

Depois de três meses em Santa Catarina desci pra terras gaúchas e Maio vamos passar conhecendo Porto Alegre e seus arredores, enquanto nos hospedamos em uma casa de vó absolutamente apaixonante.

O texto duplo dessa Boletim começa com minhas impressões sobre Praia Grande-SC onde passamos Abril. Uma hospedagem agridoce, mas que rendeu boas fotos, alguns aprendizados e um longo post.

E no texto principal temos Groselhas sobre música digital, já falei muito aqui sobre música analógica, mas quem disse que música digital também não pode ser divertida?

Bora que vamo

rolando por aqui
starter pack

Meu eu na caixinha <3

thumb praia grande

Um mês agridoce em Praia Grande - SC

O segundo mês de mochilão passamos em Praia Grande - Santa Catarina

Foi um mês cheio de belezas e aprendizados. O post no blog fala sobre a cidade e a vida como nômade introvertido →
se enrolar nas cobertas

Maio | 25

O mês de Maio do calendário vem com o frio do outono e o incentivo pra curtir um livro enrolado em uma cobertinha
Baixe a versão wallpaper ou para impressão no link→
groselhas

Um apanhado de Groselhas sobre as possibilidades
de ouvir música no mundo digital:
Música digital também pode ser divertida

shareaza

Eu sempre amei colecionar música. Quando era criança, nos idos de 2008, meu principal hobbie era anotar o nome e baixar todas as músicas que eu curtia pela internet. Caso por aqui tenha algum jovem incauto vou detalhar no que isso consistia:

Eu ouvia música no rádio, na tv a cabo ou na finada MTV e esperava calmamente o nome da música ser falado ou aparecer no final do clipe.

Quando conseguia anotar (o que nem sempre era fácil) eu ia pro computador Positivo da família e através do programa Shareaza procurava o mp3 da música. Não dava pra ouvir antes de baixar, então precisava esperar algumas horas pra ter certeza se era aquela música e se a versão era a que você queria (malditos sejam os remixes).

shareaza

O Icone

Depois eu categorizava tudo em pastas ouvia usando o Windows Media Player, enquanto encarava aqueles gráficos incríveis.

Como eu mencionei na série de posts sobre retrofuturismo eu amo fisicalidade, então além das mídias digitais comecei na adolescência a colecionar vinis e até fitas K7.

As possibilidades da música palpável são apaixonantes, mas eu nunca abandonei a música digital. Youtube e Spotify tornaram muito prático ouvir música online e até hoje eu baixo e organizo meus MP3s, inclusive ainda tenho as mesmas pastas e grande parte dos arquivos que baixei em 2008.

Com o mochilão minhas coleções de música e livros físicos foram estocados e precisei me organizar somente com as mídias digitais. Mas é verdade que o digital também pode ser divertido, por isso hoje eu vim falar groselhas sobre a beleza da música digital.

Bagunça digital

Os streamings musicais são maravilhosos. E eu posso dizer isso com experiência, escuto tanta música que uso Spotify (como parasita é verdade), Youtube e Youtube music (sim, pago YouTube Premium e tenho a opinião impopular que ele vale mais a pena que Spotify).

Sei que parece muita coisa, mas eu escuto música basicamente o tempo inteiro e cada um tem seu objetivo: Spotify monto playlists, no Youtube escuto playlists infinitas de música de fundo e no YM aproveito o excelente algoritmo pra ouvir coisas diferentes dependendo do mood, além é claro os meus gigas de MP3 salvos na nuvem.

Porém, meu acúmulo digital começou a me gerar um problema que eu ironicamente também tenho na vida física: as coisas estavam ficando bagunçadas.

Com esse tanto de plataformas diferentes era ligeiramente caótico ouvir música enquanto trabalhava. Deixava de fundo no computador, mas acabava abrindo um vídeo em cima e esquecia o que tava ouvindo, ai abria outro streaming, dava play e ambos tocavam ao mesmo tempo sem eu saber de onde estava vindo, enquanto isso o illustrator travou porque abri coisas demais, enfim, mas ou menos um dia normal dentro da minha cabeça.

Os antigos babilônicos estavam certos

Foi nesse ponto que me lembrei dos antigos MP3, pequenos dispositivos exclusivos pra ouvir e categorizar sua música digital, e pensei “porque não ter algo assim com internet?”

É verdade que no Aliexpress existem aparelhos com essa finalidade, porém eles custam uma pequena facada, então minha ideia foi outra. Eu peguei meu antigo celular (um que ainda não tinha o tamanho ridículo dos mais modernos), fiz um reboot e transformei ele naquilo que apelidei de MP1000.

Comecei desativando todos os outros aplicativos e notificações. Instalei os streamings de música e baixei todas as playlists offline.

Aqui eu indicaria o app que uso pra ouvir meus MP3s desde 2013, o Rocket Player, porém ele sofreu o mal do mundo atual e a versão sem anúncios se tornou um serviço de assinatura.. Eu tenho a versão premium vitalícia comprada há muitos anos, mas como sou contra aplicativos com assinatura sem sentido não vou recomendar.

Todos os apps que falar daqui pra frente possuem compras vitalícias ou anúncios pontuais e podem ser usados offline.

No lugar deixo como recomendação a minha descoberta recentemente, o Casse-o-Player, um player de música com uma interface superdivertida que imita fita K7, me lembra algo que eu baixaria no Windows XP.

casse o player

Essa aesthetic

Além os aplicativos em si eu queria deixar o meu MP1000 com uma carinha mais simpática, então baixei o launcher Square Home, com ele organizei a tela inicial deixando só os aplicativos e controles de música, com essa vibe Windows phone (saudades).

Por último baixei o app tela ligada que mantém a tela acesa indefinidamente. Também comprei um suporte na Shopee e transformei meu MP1000 em uma segunda (no caso terceira) tela onde mantenho minha música sempre a mão.

mesa

Uma estação de música portátil

Enquanto eu estava em casa meu MP1000 funcionou perfeitamente na minha mesa de trabalho, mas eu gostei tanto da ideia que quis levar ele pro mochilão. Então sim, to levando dois celulares na minha mochila e acabou sendo uma ótima ideia. Nas horas de ônibus eu economizo a bateria do meu celular principal e tenho todas as músicas baixadas em um aparelho dedicado a isso, também sempre consigo um cantinho pra ele no meu escritório portátil (futuramente vou fazer um post sobre).

Infelizmente era inviável trazer minha caixinha de som da Divoon pra viajar, mas minhas pesquisas me levaram a uma ótima alternativa: A MP85 é uma fofurinha lançada pela Edifier, ela cabe na palma da mão e custa menos de R$100. O design me lembra algo saído de Fallout, por isso pedi pro Mayke criar esse adesivo de Technobubble pra colocar nas laterais. Ela é perfeita e foi uma das minhas melhores compras pra viagem.

caixinha de som

Bônus: Canais de Mixagens de Vinil

No Youtube existem vários canais de mixagem de vinil. São vídeos dedicados a DJs (do tipo vinil, não do tipo pen drive) mostrarem suas coleções e suas habilidades em vídeos com horas de duração. Eu já indiquei alguns desses aqui na Newsletter, acredito que o mais conhecido dessa categoria seja o Humano Studios que traz uma enorme diversidade de músicas e DJs do mundo inteiro.

Eu amo o conceito dos vídeos de mixagem, eles são perfeitos pra deixar rolando no MP1000 e pra mim representam o melhor que a tecnologia tem pra nos oferecer: uma forma acessível e prática de nos conectarmos com o mundo real e conhecermos coisas muitas vezes distantes da nossa realidade.

humano studios

No final eu ainda sinto falta da minha coleção de mídia física é verdade, mas acho que tornar mídias digitais mais interessantes abarque um pouco dessa necessidade. Por mais estéril que grandes plataformas tenham se tornado, o mundo digital ainda pode ser muito divertido.

o que ando
ouvindo
vintage kitchen

Vintage Radio

Nesse Ouvindo queria trazer algo que curto escutar no meu MP1000, a lista é longa, mas o que busco geralmente são vídeos que trazem playlists legais e imagens interessantes pra rodar enquanto faço outras coisas.

Uma das minhas favoritas e especialmente reconfortantes são as chamadas "Oldies" playlists com músicas dos anos 40 e 50 tocando ao longe, as vezes ao som de uma lareira ou chuva. Perfeito pra ler ou tomar uma xícara de chá.
strawberry mansion
Strawberry Mansion
Enquanto estava em Praia Grande resolvi assistir Strawberry Mansion com meu projetor na cabaninha de madeira, a qualidade foi péssima, mas valeu totalmente a pena pelo estilo.

O filme se passa em um futuro onde sonhos pagam impostos ao governo, nesse mundo o auditor James Preble vai até a casa de uma senhora que tem centenas de sonhos não catalogados. Ali ele se vê mergulhado nos sonhos e na história de Arabella, uma artista que vive sozinha com sua tartaruga de estimação.

Desde o trailer eu me apaixonei perdidamente pela estética desse filme, uma mistura de Wes Anderson, Paprika e a banda Camara Obscura. Com isso esse filme é ao mesmo tempo um Assistindo e um Inspirando, pois adorei tanto o universo que criei um moodboard com minhas cenas favoritas, cheias de um surrealismo vintage pastel.
moodboard