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Florianópolis e o Desktop Selvagem

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E cá estamos em Abril!

Esse mês vos escrevo da cidade de Praia Grande, não aquela do litoral paulista, mas sua xará em Santa Catarina, que ironicamente é pequena e não tem praia, mas é cercada por um parque de cânions.

Na Boletim de Abril temos texto duplo. Um compilado das minhas desventuras em Florianópolis como nômade e o ínicio de uma série onde mergulho no mundo do Desktop Selvagem.

Nas indicações trouxe uma rádio dos anos 60 e, conversando com a temática internetistíca, uma artista que mistura ilustra e programação pra falar justamente sobre vida online.

Bora que vamo

rolando por aqui
menina peixe

Foto Bombinhas 001 - Praia dos Navegantes | Florianópolis-SC

florianopolis

Um Bucado de Florianópolis

Começando no blog a série onde falo sobre os lugares que visitei como nômade e o primeiro post vai para os quase dois meses que passamos em Florianópolis.

Quem tiver planos de visitar ou curiosidade do que a capital catarinense reserva dá uma passada lá no Groselhas →
abril

Abril | 25

O mês de Abril do calendário vem com um incentivo pra curtir a chuva.

A versão wallpaper ou o calendário completo pra
impressão no link→
groselhas

O texto do mês é fruto dos meus anos nada saudáveis de internet e das minhas horas na frente do computador, o começo de uma série sobre dicas e pensamentos sobre vida digital:

 Viagens pelo desktop selvagem - Programas e irritações

desktop

Eu frequento esse lugar obscuro e inóspito que é a internet há bem mais tempo do que eu gostaria de admitir, eu já passava horas no computador muito antes de redes sociais ou dele ser o meio principal de comunicação. Com meu trabalho como designer sendo exclusivamente virtual uma parte enorme da minha vida atualmente acontece no mundo digital (leia isso imaginando alguma vinheta do fantástico dos anos 2000).

Por isso ao longo dos anos eu fui me deparando com problemas no uso do computador e encontrando soluções simples que melhoraram a usabilidade e me ajudam diariamente. Por isso queria começar uma série de posts falando sobre dicas, pensamentos e groselhas sobre computadores e vida online.

Se compra não é posse pirataria não é roubo

Muito antes dos aplicativos de celular cheios de anúncios e com pacotes de assinatura existiam os programas de computador.

Grande parte desses programas eram gratuitos ou vinham em CDs comprados em bancas de jornal e, vejam que loucura, quando você comprava algo aquilo era seu. Não existia programas que só funcionavam com internet unicamente pra monitorar seu uso, se você comprou algo te pertence indefinidamente.

Com o avanço do capitalismo tardio e dos celulares nós fomos engolidos por esse sistema onde nada mais é seu, nada é comprado, apenas alugado e você ainda dá seus dados de brinde.

Infelizmente essa lógica também chega, com bem menos força é verdade, aos computadores. Muitos programas que antes eram de compra única passam a ser assinaturas (sim adobe, to falando com você). Com a desculpa de “atualizações gratuita” fomos engolidos nesse sistema com programas bonitinhos que estão constantemente atualizando e ficando piores, agora enfiando IA sem ninguém pedir.

Mas a realidade é que a forma antiga de se fazer softwares ainda existe. Pra cada programa superfaturado e suspeito muito provavelmente existe uma versão open source* em algum lugar, inclusive o site opensourcealternative.to existe justamente pra buscar opções de aplicações open source à programas pagos. Os programas que vou falar hoje em grande parte entram nessa lista ou são aquilo que eu chamo de “software honesto”, algo simples de um desenvolvedor pequeno, possivelmente com uma opção de compra vitalícia e funcionamento offline.  

*Open source são programas de código aberto, ou seja, que divulgam seu código, tornando transparente suas ações e permitindo que outros desenvolvedores o modifiquem, compartilhem e distribuam livremente

Não confie em coisas belas

Possivelmente a dica mais útil que eu vou dar por aqui é: não confie em programas bonitos. Um bom exemplo disso são os programas da Microsoft, aqueles clássicos que vem pré-instalados no sistema.

Os programas como Movie Maker, MS Paint, Visualizador de fotos e Media Player eram excelentes. Dado os devidos limites de processamento dos computadores da época, eles funcionavam muito bem em seu objetivo. Foram desenvolvidos em um momento em que computadores eram uma novidade e esses programas contavam com todas as ferramentas básicas necessárias ao seu propósito e faziam isso de maneira que até uma criança que nunca viu um mouse na vida conseguisse usar.

Eu tenho uma teoria pessoal que em algum momento a Microsoft decidiu inovar nos seus programas e pra isso ela contratou ui/ux designers de ponta, mas demitiu todos os programadores no processo pra economizar custos. Absolutamente todas as atualizações desses programas do windows 8 em diante simplesmente não funcionam.

São programas modernos e bonitos, mas que não tem a mesma função dos antigos. Todos que tentei usar até hoje simplesmente crasham, como é possível um programa feito pela própria empresa do sistema operacional não rode naquele sistema?

ms paint

Bonito, mas há que custo

Esse mesmo princípio se aplica, por outras razões, a programas de computador no geral: Se o programa ou mesmo o site de download é bonito demais existem grandes chances de ser algo superfaturado por uma grande empresa.

Pra algo ser bonito foi necessário um investimento em designers, se um site te vende muito um software provavelmente houve um marketeiro atrás dizendo como organizar aquele conteúdo pra que ficasse mais vendável. Ok, não precisa levar tão ao pé da letra, tem muita coisa open source com um visual legal, mas sempre que vejo algo bonito demais eu desconfio.

Os softwares mais uteis que já encontrei (que não dependem de assinatura e são open source) foram majoritariamente feitos por programadores independentes que somente queriam resolver um problema pontual, não por grandes empresas. E convenhamos que programadores não são conhecidos pelo seu excelente bom gosto e apelo visual, inclusive grande parte desses softwares está disponível no GitHub pra download, esse que é possivelmente o site menos intuitivo da internet.

Meus xodós

Esse primeiro capítulo é dedicado aos programas de computador sem os quais a minha vida não funciona e que fazem o meu computador demorar 10 minutos pra reiniciar (vale a pena, eu juro).

Eles vieram de anos de insatisfação com mini problemas de desktop, pesquisas no Reddit e descobrindo que algum programador obscuro em algum lugar também teve aquele problema, conseguiu resolver e disponibilizou a solução pra download.

Inclusive grande parte desses softwares contam com um espaço de doação, eu sei que pra nós ferrados, digo, moradores de países de 3° mundo é dificil colaborar em dólar ou euro, porém sempre que possível tentem mandar algo pra esse pessoal, pensem que diferentemente de uma assinatura de aplicativo grande de smartphone esse valor tá indo 100% pra quem desenvolveu aquilo e não pra alguma big tech.  

Vocês vão perceber que a maioria desses programas não são canivetes suíços cheios de ferramentas e possibilidades, na verdade eles só executam tarefas básicas. Pode vir alguém dizer que existe uma possibilidade melhor, cheia de recursos, e provavelmente tem mesmo, mas meu ponto aqui é justamente uma lista de programas básicos, mas que executem sua proposta de forma leve, rápida e funcional

Esse post acabou ficando enorme e cheio de links e imagens, um pouco inviável de mandar pelo e-mail, mas quem quiser ver a lista completa de programas dá uma chegada no Groselhas →

o que ando
ouvindo
The original bass of the bay

Rádio KYA - Internet Archive

O Internet Archive é. sem nenhum exagero umas das coisas mais legais que a humanidade já produziu. Uma imensidão de livros, revistas, filmes, músicas e todo tipo de coisas de forma totalmente gratuita.

Recentemente descobri através do blog do projeto uma série que fala dos conteúdos favoritos de quem trabalha no site, e um deles me chamou a atenção. Os arquivos da KYA são gravações de uma rádio de São Franscisco dos anos 1960. Pode não parecer tão impressionante em tempos de Spotify, mas é um registro histórico fantástico, além vermos "ao vivo" músicas que hoje em dia são clássicas.

Além disso foi ouvindo essa rádio eu tive uma sensação que, mesmo com toda a internet, eu não tenho há anos de ouvir algo que eu realmente não conhecia e pesquisar. Porque além os clássicos tem coisas que não saíram dos anos 60, mas ainda são muito boas.
lendo
os sete maridos
Os Sete Maridos de Evelyn Hugo
Eu precisava urgentemente de algo leve pra ler frente a toda a correria da minha vida ultimamente, então resolvi me render ao hype do livro de Taylor Jenkins.

A história do ponto de vista de uma jornalista que é chamada por uma lenda do cinema que quer expor sua trajetória de forma nunca antes vista pra uma futura biografia. O livro brinca constantemente com a linguagem de uma revista de fofocas, inclusive com algumas inserções de supostas notícias sobre a atriz em alguns pontos, trazendo justamente o contraste da realidade com a vida que ela construiu nos holofotes.

A escrita é fluída e a história bem amarrada, não é o grande fenômeno literário que dizem por ai, mas um livro leve, com discussões interessantes.
inspirando
Sweet home page
Amy Wibowo - SailorHg
A artista Amy Wibowo responde nas redes pelo @Sailorhg é um artista e programadora que mistura arte e tecnologia em suas obras. Ela tem diversos projetos super legais como a série de computadores temáticos, onde ela construiu e programou mini desktops com temas como frutas ou sapos.

Ela também desenvolveu o Home Sweet Homepage, uma zine digital onde ela fala sobre crescer junto com a internet e aprender a programar.

Todos os projetos estão no site, mas recomendo seguir o @ nas redes que ela sempre posta coisas legais